Deposição em Aterro Sanitário

Um Aterro Sanitário é um espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos gerados pela atividade humana.


A base do aterro sanitário é revestida por um sistema de proteção ambiental constituído por uma barreira de impermeabilização artificial e por um sistema de drenagem de lixiviados (líquido proveniente da biodegradação da massa de resíduos), de modo a impedir que estes líquidos se infiltrem no solo, encaminhando-os para tratamento adequado. Os taludes do aterro são igualmente revestidos por uma barreira de impermeabilização artificial. Num aterro sanitário existe também uma rede de drenagem do biogás (gases provenientes da biodegradação da massa de resíduos), o qual é encaminhado para valorização energética ou queima.

Um aterro sanitário deve também ter um sistema de monitorização ambiental, o qual engloba o controlo dos lixiviados, do biogás, das águas subterrâneas, das águas superficiais e das alterações topográficas.


Quando atinge o limite da sua capacidade, o aterro sanitário é alvo de um processo rigoroso de encerramento e arranjo paisagístico adequado, podendo ser, posteriormente, um espaço verde ou um parque de lazer para usufruto pela população, em boas condições de segurança e ambientais. 

 

Conheça o Aterro Sanitário aqui.

Aterros
Aterro Sanitário de Mato da Cruz

Localização:
Mato da Cruz
2615-623 Calhandriz - Vila Franca de Xira

 

Área ocupada:
Células 1 e 2 de RU da Valorsul (em exploração): área - 13,8 ha
Célula 3 de RU Valorsul: área - 1,45 ha
Célula de RU de VFXira (encerrada): área - 8,0 ha
Células 1 e 2 de Cinzas Inertizadas (encerradas): área - 4,5 ha
Plataforma para tratamento e valorização de escórias - 2,8 ha
Terreno total - 42 ha
Origem das Cinzas inertizadas e das escórias:
Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos
Resíduos aceites/tratados:
Todos os resíduos provenientes da recolha indiferenciada.

 

Processo de tratamento:
Deposição controlada de Resíduos.

 

Capacidade máxima de processamento:
Células 1, 2 e 3 de RU da Valorsul: capacidade - 3.253.625 m3 (não inclui selagem final)

 

Data de entrada em funcionamento:
Julho de 1998

 

Células do Aterro

 

Célula de deposição de RU
Sistema de impermeabilização: a impermeabilização de fundo da zona de deposição de RSU tem como objetivo evitar a possibilidade de qualquer contaminação, quer dos solos envolventes, quer de aquíferos existentes nas suas proximidades.

 

Assim, na base, de baixo para cima, existe:

 

- camada de solos compactados numa espessura de 0,5 m;
- geocompósito bentonítico;
- geomembrana em PEAD com espessura de 2 mm;
- geotêxtil com função de proteção à geomembrana;
- camada drenante (seixo rolado) com espessura de 0,5 m;
- geotêxtil com função de filtro.

 

Célula de deposição de cinzas inertizadas
Sistema de impermeabilização: As cinzas inertizadas, embora isentas de perigosidade, são depositadas numa célula com dupla impermeabilização, característica dos aterros para resíduos perigosos, de modo a prevenir qualquer possibilidade de contaminação, quer dos solos envolventes, quer de aquíferos existentes nas suas proximidades.

 

Assim, na base, de baixo para cima, existe:

- camada de solos compactados numa espessura de 0,5 m;
- microtela bentonítica (composta por geotêxtil em PP de 300 g/m2 e um suporte em PEAD de 350 g/m2, entre os quais se encontra uma camada de bentonite de 4700 g/m2), com espessura de 7 mm;
- geomembrana em PEAD com espessura de 2 mm;
- camada de areia com 0,1 m de espessura, com sensores que permitem detetar fugas nas primeiras deposições;
- geomembrana em PEAD com espessura de 2 mm;
- geotêxtil com função de proteção à geomembrana;
- camada drenante (seixo rolado) com espessura de 0,5 m;
- geotêxtil com função de filtro.

 

Nos taludes de ambas as células, o geotêxtil e a camada drenante são substituídos por um geocompósito drenante com georrede entre dois geotêxteis.

 

Sistema de drenagem e valorização de biogás

 

 

A drenagem dos gases produzidos no aterro é efetuada através de tubos verticais perfurados, em PEAD, com diâmetro de 160 mm, inseridos na massa de resíduos desde a base da célula, os quais são executados gradualmente durante a exploração, com recurso a cabeçais em aço móveis. Os espaços envolventes destes tubos são preenchidos com brita de granulometria grossa, protegida por geogrelha, até às camadas de selagem. Com a selagem da respetiva zona, o cabeçal móvel do poço será substituído por uma cabeça definitiva.

 

O sistema de captação, drenagem e valorização energética do biogás é composto por três redes independentes, uma em cada célula de RU, num total de 87 poços de biogás, e por dois motogeradores, aos quais as redes se encontram ligadas.

 

Sistema de drenagem e tratamento de lixiviados

 

 

A drenagem dos lixiviados produzidos no interior das células do aterro é efetuada através de redes espinhadas de drenos que os conduzem por gravidade para uma caixa de visita exterior à célula e desta para um poço de bombagem, a partir do qual são enviados para a Estação de Tratamento de Lixiviados.

 

Cada dreno é constituído por uma tubagem em PEAD com diâmetro 225 mm, ranhurada e instalada a meio da camada drenante do fundo da célula.

 

O sistema de tratamento da Estação de Tratamento de Lixiviados (ETL) do Aterro Sanitário de Mato da Cruz (ASMC) consiste numa combinação de um tratamento biológico com um tratamento físico-químico, sendo a linha processual da estação de tratamento constituída por:
- medição dos caudais afluentes à obra de entrada;
- adição de ácido fosfórico e antiespumífico na obra de entrada, a montante do tratamento biológico;
- tratamento biológico por duas lagoas de arejamento;
- tratamento físico-químico por coagulação-floculação com adição de policloreto de alumínio e de polielectrólito (fase líquida);
- neutralização do efluente com hidróxido de sódio;
- decantação com recirculação de lamas ao tratamento biológico;
- descarga do efluente pré-tratado para o emissário.

 

Os lixiviados provenientes das células de RSU (célula Vila Franca de Xira e células 1 e 2 Valorsul), das células de Cinzas Inertizadas e da Instalação de Tratamento e Valorização de Escórias são bombados para a ETL. No troço final das respetivas condutas elevatórias, encontram-se instalados medidores de caudal eletromagnéticos.

 

Os lixiviados afluem à obra de entrada, onde é adicionado ácido fosfórico para garantir as concentrações de fósforo necessárias ao bom funcionamento do tratamento biológico e antiespumífico para evitar a formação de espumas durante o tratamento. De seguida, os caudais são repartidos equitativamente para alimentar as duas lagoas de arejamento.

 

Nas lagoas, os microrganismos degradam a matéria orgânica presente nos lixiviados, com a ajuda do oxigénio fornecido pelas turbinas flutuantes (duas em cada lagoa).
Após esta fase, o efluente proveniente do tratamento biológico é encaminhado para o tratamento físico-químico. Neste, efetua-se a coagulação-floculação, na qual são adicionados o policloreto de alumínio (coagulante) e um polielectrólito (floculante). Estes reagentes vão permitir que se formem flocos de dimensão e peso suficiente, para poderem decantar no decantador. Ainda durante esta etapa é adicionado hidróxido de sódio, para neutralizar o efluente.

 

Após este tratamento, o efluente segue para um decantador, no qual os flocos são separados por gravidade, formando-se as lamas no fundo.

 

O efluente pré-tratado que sai do decantador é descarregado no coletor municipal.
As lamas do decantador são recirculadas para as duas lagoas de arejamento, de modo a promover o crescimento da biomassa dentro das lagoas.

Aterro Sanitário do Oeste

Localização:
Outeiro da Cabeça / Vilar
Cadaval

 

Área ocupada:
14 hectares de área de deposição.

 

Resíduos aceites/tratados:
​Todos os resíduos provenientes da recolha indiferenciada.

Processo de tratamento: Deposição controlada de Resíduos.

 

Origem dos RU:
Recolha indiferenciada

 

Capacidade máxima de processamento:
3.183.000 m3 encaixe total

 

Data de entrada em funcionamento:
Janeiro de 2002

 

Células do Aterro
O Aterro Sanitário do Oeste serve de destino final aos resíduos sólidos urbanos produzidos em 14 municípios da região Oeste.

 

O Aterro é constituído por duas células diferenciadas de deposição de resíduos, sendo a primeira célula constituída por três alvéolos distintos (Alvéolos 1, 2 e 3) e a segunda célula por dois (Alvéolos 4 e 5).

 

O sistema de impermeabilização na base do aterro é constituído por, de baixo para cima:

 

- camada de solos compactados numa espessura de 0,5 m;
- geocompósito bentonítico;
- geomembrana em PEAD com espessura de 2 mm;
- geotêxtil com função de proteção à geomembrana;
- camada drenante (seixo rolado) com espessura de 0,5 m;
- geotêxtil com função de filtro.

 

Nos taludes, o geotêxtil e a camada drenante são substituídos por uma geomembrana tipo "Secudrain".

 

Drenagem e Captação de Biogás
A drenagem do biogás produzido no aterro é efetuada por intermédio de drenos verticais e caixas de lixiviados, construídos ou incrementados num processo sucessivo e dinâmico desde o início de exploração do ASO, de modo a acompanharem o crescimento da massa de RU. Os drenos são constituídos por um tubo guia em aço (com apenas três metros de altura e que vai sendo subido) e por tubagem contínua em PEAD Ø 160mm, ranhurada a 360º. O espaço entre o tubo guia e a tubagem em PEAD é totalmente preenchido com seixo rolado. Quando atingida a cota de cobertura da massa de resíduos é colocado a "cabeça de captação" de biogás.

 

As caixas de lixiviados, construídas em anéis de betão perfurados, são executadas durante a exploração do aterro, de modo a permitir uma drenagem franca dos lixiviados produzidos no seio da massa de resíduos, e sua condução ao sistema de drenagem de fundo existente. Embora seja este o objetivo principal da sua execução, acabam por funcionar igualmente como drenos de biogás, pelo que em algumas situações estão dotadas de cabeças de captação para ligação à rede de drenagem ativa.

 

As cabeças de captação instaladas quer nos drenos de biogás, quer nas caixas de lixiviados, têm um ponto de amostragem, para caracterização do efluente gasoso, e uma válvula de regulação para controlo do caudal de cada poço, encontrando-se ambos os sistemas localizados na saída para o respetivo ramal de aspiração.

 

As saídas das cabeças de captação são ligadas a ramais de aspiração, em PEAD Ø 90mm que se encontram ligados diretamente a dois coletores perimetrais ou agregados numa estação de regulação e monitorização (ERM) se liga a um destes coletores.

 

Na célula 1 do ASO, a rede de drenagem de biogás é composta por 29 drenos de biogás e 11 caixas de lixiviados, ligados a 5 ERM's (Estações de Regulação e Medição).

 

Na célula 2 do ASO, a rede de drenagem de biogás é composta por 35 drenos de biogás e 14 caixas de lixiviados, unidos por grupos de poços a 6 ERM's. As ERM's estão ligadas aos coletores perimetrais.

 

O sistema de transmissão e valorização energética do biogás é composto por dois coletores perimetrais, em PEAD Ø 200 mm, localizados ao nível de "pé de talude", no limite exterior de cada célula de RSU, fazendo o encaminhamento do biogás captado à central de valorização energética do biogás. Ambos os coletores são dotados de pontos de amostragem e válvulas de regulação.
Os dois coletores perimetrais confluem numa tubagem única, em PEAD Ø 315mm (ponto de mistura), que então encaminha o biogás até ao grupo motogerador. Na tubagem de mistura, existe uma caixa de condensados com o objetivo remover quaisquer substâncias que liquefaçam e sejam arrastadas pela corrente gasosa.

 

A central de valorização energética do biogás do ASO, é constituída por uma unidade de aspiração/compressão e queima do biogás de 750 m³/h e um grupo motogerador de 1063 kW.

 


Sistema de drenagem e tratamento de lixiviados

Drenagem de Lixiviados

A drenagem dos lixiviados produzidos no interior das células do aterro é efetuada através de drenos que os conduzem por gravidade à Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes.
Os drenos são constituídos por uma tubagem em PEAD com diâmetro de 225 mm, ranhurada e instalada a meio da camada drenante do fundo da célula.
A Estação de Tratamento de Águas Lixiviantes (ETAL) recebe os lixiviados provenientes do aterro, as águas residuais domésticas e o efluente proveniente de separadores de hidrocarbonetos instalados, respetivamente, na oficina e na plataforma de lavagem de viaturas e ecoparque.



Tratamento de Lixiviados

A ETAL do Aterro Sanitário do Oeste (ASO) consiste numa combinação de um tratamento biológico com um tratamento físico-químico, sendo a linha de tratamento da instalação constituída por:


- 2 Lagoas de regularização/homogeneização;
- Tratamento biológico por uma lagoa de arejamento;
- Tratamento físico-químico por coagulação-floculação com adição de policloreto de alumínio, hidróxido de sódio e de polielectrólito (fase líquida);
- Decantação primária;
- Decantação secundária com recirculação de lamas ao tratamento biológico;
- Descarga do efluente pré-tratado para o emissário da Águas do Oeste.

 

As lamas produzidas (primárias e/ou secundárias) são encaminhadas Unidade de tratamento de lamas composta por um silo e sistema de desidratação com adição de polieletrólito (as escorrências do tratamento da desidratação retornam à lagoa do tratamento biológico).