Aterro Sanitário de Mato da Cruz

Localização:
Mato da Cruz
2615-623 Calhandriz - Vila Franca de Xira

 

Área ocupada:
Células 1 e 2 de RU da Valorsul (em exploração): área - 13,8 ha
Célula 3 de RU Valorsul: área - 1,45 ha
Célula de RU de VFXira (encerrada): área - 8,0 ha
Células 1 e 2 de Cinzas Inertizadas (encerradas): área - 4,5 ha
Plataforma para tratamento e valorização de escórias - 2,8 ha
Terreno total - 42 ha
Origem das Cinzas inertizadas e das escórias:
Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos
Resíduos aceites/tratados:
Todos os resíduos provenientes da recolha indiferenciada.

 

Processo de tratamento:
Deposição controlada de Resíduos.

 

Capacidade máxima de processamento:
Células 1, 2 e 3 de RU da Valorsul: capacidade - 3.253.625 m3 (não inclui selagem final)

 

Data de entrada em funcionamento:
Julho de 1998

 

Células do Aterro

 

Célula de deposição de RU
Sistema de impermeabilização: a impermeabilização de fundo da zona de deposição de RSU tem como objetivo evitar a possibilidade de qualquer contaminação, quer dos solos envolventes, quer de aquíferos existentes nas suas proximidades.

 

Assim, na base, de baixo para cima, existe:

 

- camada de solos compactados numa espessura de 0,5 m;
- geocompósito bentonítico;
- geomembrana em PEAD com espessura de 2 mm;
- geotêxtil com função de proteção à geomembrana;
- camada drenante (seixo rolado) com espessura de 0,5 m;
- geotêxtil com função de filtro.

 

Célula de deposição de cinzas inertizadas
Sistema de impermeabilização: As cinzas inertizadas, embora isentas de perigosidade, são depositadas numa célula com dupla impermeabilização, característica dos aterros para resíduos perigosos, de modo a prevenir qualquer possibilidade de contaminação, quer dos solos envolventes, quer de aquíferos existentes nas suas proximidades.

 

Assim, na base, de baixo para cima, existe:

- camada de solos compactados numa espessura de 0,5 m;
- microtela bentonítica (composta por geotêxtil em PP de 300 g/m2 e um suporte em PEAD de 350 g/m2, entre os quais se encontra uma camada de bentonite de 4700 g/m2), com espessura de 7 mm;
- geomembrana em PEAD com espessura de 2 mm;
- camada de areia com 0,1 m de espessura, com sensores que permitem detetar fugas nas primeiras deposições;
- geomembrana em PEAD com espessura de 2 mm;
- geotêxtil com função de proteção à geomembrana;
- camada drenante (seixo rolado) com espessura de 0,5 m;
- geotêxtil com função de filtro.

 

Nos taludes de ambas as células, o geotêxtil e a camada drenante são substituídos por um geocompósito drenante com georrede entre dois geotêxteis.

 

Sistema de drenagem e valorização de biogás

 

 

A drenagem dos gases produzidos no aterro é efetuada através de tubos verticais perfurados, em PEAD, com diâmetro de 160 mm, inseridos na massa de resíduos desde a base da célula, os quais são executados gradualmente durante a exploração, com recurso a cabeçais em aço móveis. Os espaços envolventes destes tubos são preenchidos com brita de granulometria grossa, protegida por geogrelha, até às camadas de selagem. Com a selagem da respetiva zona, o cabeçal móvel do poço será substituído por uma cabeça definitiva.

 

O sistema de captação, drenagem e valorização energética do biogás é composto por três redes independentes, uma em cada célula de RU, num total de 87 poços de biogás, e por dois motogeradores, aos quais as redes se encontram ligadas.

 

Sistema de drenagem e tratamento de lixiviados

 

 

A drenagem dos lixiviados produzidos no interior das células do aterro é efetuada através de redes espinhadas de drenos que os conduzem por gravidade para uma caixa de visita exterior à célula e desta para um poço de bombagem, a partir do qual são enviados para a Estação de Tratamento de Lixiviados.

 

Cada dreno é constituído por uma tubagem em PEAD com diâmetro 225 mm, ranhurada e instalada a meio da camada drenante do fundo da célula.

 

O sistema de tratamento da Estação de Tratamento de Lixiviados (ETL) do Aterro Sanitário de Mato da Cruz (ASMC) consiste numa combinação de um tratamento biológico com um tratamento físico-químico, sendo a linha processual da estação de tratamento constituída por:
- medição dos caudais afluentes à obra de entrada;
- adição de ácido fosfórico e antiespumífico na obra de entrada, a montante do tratamento biológico;
- tratamento biológico por duas lagoas de arejamento;
- tratamento físico-químico por coagulação-floculação com adição de policloreto de alumínio e de polielectrólito (fase líquida);
- neutralização do efluente com hidróxido de sódio;
- decantação com recirculação de lamas ao tratamento biológico;
- descarga do efluente pré-tratado para o emissário.

 

Os lixiviados provenientes das células de RSU (célula Vila Franca de Xira e células 1 e 2 Valorsul), das células de Cinzas Inertizadas e da Instalação de Tratamento e Valorização de Escórias são bombados para a ETL. No troço final das respetivas condutas elevatórias, encontram-se instalados medidores de caudal eletromagnéticos.

 

Os lixiviados afluem à obra de entrada, onde é adicionado ácido fosfórico para garantir as concentrações de fósforo necessárias ao bom funcionamento do tratamento biológico e antiespumífico para evitar a formação de espumas durante o tratamento. De seguida, os caudais são repartidos equitativamente para alimentar as duas lagoas de arejamento.

 

Nas lagoas, os microrganismos degradam a matéria orgânica presente nos lixiviados, com a ajuda do oxigénio fornecido pelas turbinas flutuantes (duas em cada lagoa).
Após esta fase, o efluente proveniente do tratamento biológico é encaminhado para o tratamento físico-químico. Neste, efetua-se a coagulação-floculação, na qual são adicionados o policloreto de alumínio (coagulante) e um polielectrólito (floculante). Estes reagentes vão permitir que se formem flocos de dimensão e peso suficiente, para poderem decantar no decantador. Ainda durante esta etapa é adicionado hidróxido de sódio, para neutralizar o efluente.

 

Após este tratamento, o efluente segue para um decantador, no qual os flocos são separados por gravidade, formando-se as lamas no fundo.

 

O efluente pré-tratado que sai do decantador é descarregado no coletor municipal.
As lamas do decantador são recirculadas para as duas lagoas de arejamento, de modo a promover o crescimento da biomassa dentro das lagoas.